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SentirAilha

Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

SentirAilha

Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

A ignorância cega

Nas palavras do povo, quem não sabe é como quem não vê.

Apesar de, aparentemente, este princípio ter um lado positivo, porque evita sofrer por antecipação, permite passar ao lado de problemas e ser supostamente mais feliz, olhando apenas o lado luz da realidade, na verdade foi com base nesta lógica que os governantes portugueses do passado mantiveram o país longe dos níveis desejáveis de desenvolvimento social. Ignorantes e analfabetos eram facilmente manipuláveis. Desconhecedores dos seus direitos eram mais facilmente explorados. Isolados na sua pequenez, dificilmente podiam ser críticos de um mundo que desconheciam.

Entretanto a sociedade portuguesa mudou e ninguém hoje em dia questiona a escolarização, o conhecimento e a informação, a igualdade de acesso perante a lei, o direito à reivindicação e ao desenvolvimento e a liberdade de expressão como ganhos da democracia e objectivos de qualquer governo que queira desenvolver e promover uma sociedade mais justa e, ao mesmo tempo mais desenvolvida.

Concretizar estes objectivos através de medidas e acções é tarefa de todos, em particular daqueles que, de forma democrática, são eleitos para ocupar cargos de poder.

Legislar e aprovar orientações que promovam uma sociedade mais justa e concretizem o desenvolvimento integrado são tarefas que incubem aos deputados, legítimos representantes do povo.

No final de cada ano, quando o governo apresenta a sua proposta de plano e orçamento para o ano seguinte, cabe ao Parlamento analisar e sobretudo avaliar, através das medidas apresentadas, o projecto de sociedade que se pretende construir, quer ao nível do crescimento económico, quer em termos do desenvolvimento social. Por ventura, falar de deficit ou de superavit, balanço de contas ou equilíbrio entre a despesa e a receita, não é um linguagem partilhada pelo comum dos cidadãos.

Mas quando se fala de emprego, sucesso escolar, apoio aos idosos e às crianças, combate à toxicodependência ou à violência doméstica, todos entendem a pertinência dessas medidas, que tocam a vida quotidiana e melhoram, de forma evidente, a qualidade das relações que se constroem seja ao nível da família, do emprego ou da sociedade em geral.

Aprovar um plano e orçamento não é apenas uma tarefa de economistas, mas implica uma análise aprofundada dos vectores sociais do desenvolvimento que, não sendo considerados, transformariam a sociedade numa grande indústria financeira, desumana e injusta, sobretudo para com os mais desfavorecidos e desqualificados.

No Parlamento Regional, a voz dos cidadãos eleitores também se faz ouvir através do debate de matérias tão próximas das pessoas, como o apoio à família, a promoção de melhores níveis educacionais e de mais acesso à saúde ou a aposta na qualificação que permite melhorar os níveis de emprego.

Quem não sabe é como quem não vê e, em matéria de trabalho parlamentar por vezes o que a comunicação social dá a conhecer e a ver da actividade dos deputados e dos temas discutidos, constrói um conhecimento parcelar da realidade e dos temas discutidos.

Numa semana em que se discute o Plano e Orçamento para 2008, importa estar atento aos debates e às intervenções dos deputados, eventualmente consultar a página electrónica da Assembleia Legislativa (www.alra.pt) para tomar consciência das prioridades que cada grupo parlamentar elege quando está em debate o desenvolvimento da Região.

(publicado no Açoriano Oriental a 26 de Novembro 2007)

 

 

A violência das palavras

O dia 25 de Novembro foi internacionalmente consagrado à eliminação da violência contra as mulheres. Dirão alguns, mas porquê as mulheres? A violência deve ser eliminada, independentemente de quem é vítima.

Não há dúvida. Mas, a violência sobre as mulheres surge, infelizmente, entrelaçada em relações culturalmente aceites e até socialmente enquadradas. Expressões como “o meu marido não quer que eu trabalhe”; “o meu namorado não gosta que eu corte o cabelo”; “eu não vou estudar para a Universidade, porque o meu noivo é muito ciumento e não ia aguentar viver longe de mim”, não são tiradas de uma qualquer telenovela, são reais. Em todas, surge uma mulher submissa que se verga perante a vontade de um companheiro, mesmo que isso não signifique ser vítima de maus-tratos físicos.

A violência sobre as mulheres não tem só o rosto da pancada, pode estar disfarçada em palavras.

Palavras que se atiram como pedras, insultos que se dizem aos gritos ou em surdina, em tom de escárnio ou desprezo, humilhações que são como pés que esmagam a vontade de viver e sobretudo, amarfanham a dignidade do outro.

A violência sobre as mulheres acontece em muitos meios familiares, não apenas naqueles casos onde se bate, mas em muitas outras situações onde há mulheres que são vítimas do esquecimento; precisam de descansar e trabalham pela noite dentro, suspiram por um momento de prazer mas passam o tempo cuidando dos outros, atentas às suas necessidades de conforto. Mulheres que são exploradas no mundo do trabalho, abusadas por companheiros e até maltratadas por filhos, mas que vivem caladas num quotidiano sofrido, aparentando uma disponibilidade permanente.

Há mulheres que referem não ter tempo para o cabeleireiro e, quando vão, em vez de um elogio ouvem o recado do marido: “para que foste gastar esse dinheiro, se não ficas mais bonita por isso!” Aos poucos vão deixando de gostar de si próprias.

Estas também são mulheres vítimas de violência. Não porque alguém as maltrata fisicamente, mas porque ninguém reconhece que também elas têm direitos.

A violência destrói qualquer relação, seja conjugal ou outra, porque é uma linguagem que destrói o outro, feita de ódios, ciúmes, vingança ou brutalidade. Ninguém pode dizer que ama, destruindo o outro.

Infelizmente, as estatísticas referem que morrem mulheres por maus-tratos todos os anos. Em 2006 segundo um estudo revelado pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, morreram 39 mulheres em Portugal na sequência de maus-tratos e 43 foram vítimas de agressões graves ou tentativas de homicídio. Casos reais vividos “portas adentro” de muitas casas.

Como evitar!? Como deixar de ser vítima ou denunciar, quando se perdeu a capacidade de reagir?

Em primeiro lugar não compactuando com a violência! Eliminando ou rejeitando qualquer tipo de discurso ou comportamento que mine as relações, como é o ciúme, a desconfiança permanente, o controlo e o autoritarismo. A paz e a harmonia numa relação não se conseguem sem confiança, liberdade e respeito mútuo.

Não só as pancadas magoam, as palavras conseguem ser mais duras e cruéis, porque deixam marcas nas relações e ensombram a alegria de viver.

Em ano dedicado à promoção da igualdade de oportunidades, porque não apelar para a Eliminação da Violência das Palavras que destroem a dignidade das mulheres!

(publicado no Açoriano Oriental a 19 de Novembro 2007)

Lugar à reflexão

O tempo foge, os dias passam a correr e, quando damos por nós, o fim-de-semana já passou.

Esta experiência subjectiva do tempo é cada vez mais premente. Não porque as horas tenham deixado de ter sessenta minutos ou os dias vinte e quatro horas, mas simplesmente, porque o modo como se ocupam essas parcelas de tempo é cada vez mais marcado pela pressa de chegar, pelos números a produzir, pelo volume excessivo de trabalho e de tarefas a desenvolver. A esta intensidade de trabalho, acresce-se os tempos dedicados a ver televisão, para alguns quase como uma obrigação, porque há séries ou episódios de uma telenovela que não se querem perder.

Fica pouco tempo para visitar a família ou os amigos, até porque há hoje mais espectáculos, sessões de cinema e espaços comerciais abertos até tarde, preenchendo a vida quotidiana de forma muito mais alargada.

Mas então o que falta para que os dias não fujam e as semanas não voem!?

Faltam tempos de meditação e reflexão, encontros calmos com os amigos, onde fluem aquelas conversas profundas que fazem ver e pensar, que ajudam a ponderar e amadurecer decisões e nos permitem emitir opiniões.

Quando se pára para reflectir e, sobretudo, se conversa com quem tem experiência da vida, ganha-se em sabedoria. Um minuto parece uma hora e uma hora, um dia, porque é a qualidade do que fazemos e a intensidade do que vivemos, que faz sentir o tempo, a ponto de podermos dizer ao fim do dia, valeu a pena ter vivido. Ir até ao fundo do que pensamos, não viver pela rama, mas de forma enraizada, qualificar a comunicação, sendo sinceros e não superficiais nas emoções, curiosos no olhar e não indiferentes, transforma o tempo em percurso vivido. Pressas, precipitações, superficialidades são tempo desperdiçado, lugares vazios sem história.

A vida pode ser curta, mas é certamente muito mais interessante quando pode ser útil. E, para que isso aconteça, não basta existir é preciso viver cada dia de forma intensa – como se fosse o último -, o que não significa forçosamente, passar o tempo todo a trabalhar e a produzir mas encontrar sentido em tudo o que se faz, reservando tempos para os outros e tempo para si próprio.

A vida até pode ser complicada, enredada e confusa, mas quando se medita e se faz dos acontecimentos lugares de análise e de paragem, encontra-se um fio condutor no meio desse emaranhado de fios que tecem as confusões, os conflitos ou a desorganização.

Meditar, reflectir, ou por ventura, rezar para aqueles que acreditam e têm uma vivência de fé, são tempos de purificação e relaxamento, que deixam entrar o silencio no meio dos ruídos e fazem penetrar a luz no meio da escuridão, abrindo caminhos no deserto.

Meditar, reflectir, é hoje uma necessidade de todas as organizações humanas, seja na família, numa empresa ou em qualquer outra instituição.

Meditar abre horizontes de interligação entre os homens.

Debater os assuntos que preocupam um casal, uma família, grupo ou mesmo que perturbam a vida de uma comunidade é ter consciência de que, quando as relações falham não se deve procurar um remédio sem antes conhecer o mal de que padecem. Meditar pode ser o princípio, quando se procura entender os erros, as fragilidades que provocam esse mal-estar, descobrindo, ao mesmo tempo, os pontos de força que estruturam a vida.

É preciso reflectir esse tempo que passa a correr, em silêncio ou por palavras escritas, ao som de uma boa música ou do marulhar das águas do mar.

Dar lugar à reflexão é marcar encontro com a paz.

(publicado no Açoriano Oriental a 12 de Novembro 2007)

No mês das almas

A cultura popular, marcada por uma religiosidade que escapa aos rituais das igrejas, escolheu o mês de Novembro para o culto às almas.

Outrora, dizem os mais antigos, cantavam-se às almas noite dentro, pelas ruas silenciosas, junto às “alminhas” e aos cemitérios. Comia-se milho cozido e faziam-se oferendas, pelos mortos da família, como o “pão por Deus”, tradição cada vez mais esquecida nos últimos anos. Hoje, as bruxas, os esqueletos, as máscaras e a tradição anglo-saxónica do halloween vieram abafar a velha prática das saquinhas de esmolas, de quem pedia “pão” e não prometia vingança se nada recebesse.

A morte evocada nos dias das almas e de todos santos é hoje exorcizada numa fantasia de carnaval que, entre bruxas e esqueletos, diabinhos e feiticeiras, disfarça uma realidade que incomoda. Incomoda e não faz sentido.

Não faz sentido morrer, se a vida significa ter, acumular, ganhar, ser o maior, chegar ao topo e vencer. A morte atrapalha, destrói e torna inúteis todos os ganhos de poder. Afinal, nada do que se conquista de material em vida permanece para além da morte. Apenas o que se deixa aos outros, por ventura em forma de bens materiais, mas sobretudo, em termos de conhecimentos e sabedoria, se constitui como património e recurso que pode crescer com o tempo. Apenas o testemunho que se deixa aos outros sobrevive e dá continuidade ao trabalho dos que, entretanto vão partindo.

Integrar a morte na vida é por isso uma prova de maturidade. Entender que o percurso que fazemos é sempre limitado, é a única forma de investir de forma mais qualificada na vida que passa, aproveitando cada dia como uma dádiva, fazendo deste tempo uma oportunidade para ser feliz e fazer felizes os outros.

O que é irónico é ver como se teme a morte biológica e, ao mesmo tempo, se mata e se morre diariamente. Porque é de morte que se trata, quando se maltrata ou agride alguém, por palavras ou por gestos, se faz da corrupção ou da criminalidade uma forma de ganhar poder ou se perde o interesse pela vida, às vezes por razões tão pequeninas.

A vida é um tempo limitado, condicionado na quantidade de anos, mas que permite ao ser humano construir de acordo com os sentidos que escolher.

A vida é uma tela onde cada um, isoladamente e em comunidade, pode pintar livremente a sua história. Condicionado, é certo, pelas cores das tintas, pelo contexto onde vive, a história que vai construindo ou pelas oportunidades, que marcam a circunstância de cada um. No entanto, quando alguém se recusa a fazer ou impede outros de fazerem a sua obra-prima, limitando a criatividade e a liberdade de ser ou dificultando o acesso aos recursos necessários, mata a vida e retira a expressão única e insubstituível, que faz de cada um, uma tela única, grande ou pequenina, muito ou pouco pintada.

Os antigos fizeram do mês de Novembro um mês sombrio, porque outrora os mortos, apesar de integrados na cultura popular, metiam medo, provocavam um sentimento de respeito e temor. Hoje, exorciza-se a morte nos filmes, nos livros de terror e nas festas do halloween, mas nem por isso, se aceita de forma mais tranquila este devir do ser humano.

(publicado no Açoriano Oriental a 5 de Novembro de 2007)

Quem cala consente

Diz o povo que “quem cala consente”, porque a falta de resposta ou de reacção dá ao outro espaço para decidir e agir a seu belo prazer.

Sinónimo de consentimento, silenciar significa demitir-se de agir no momento adequado, porque na maioria dos casos, quem não toma posição perante decisões ou opiniões com as quais não concorda, é o primeiro a murmurar o seu desagrado, quando já nada se pode fazer. Afinal, há muita raiva e muita mágoa escondida por detrás do silêncio. Há muita revolta e oposição engolida, em palavras não ditas.

Mas, quem é que está disponível para “comprar uma briga” ou uma contenda? É muito mais fácil calar. Um bom remédio para engolir uma opinião contrária, é deixar passar a vontade de reagir. Há quem diga que o tempo tudo “cura” e até faz mudar de opinião. Quem sabe, amanhã até acabamos por concordar!

Quem cala consente, ou não sente o suficiente para reagir. Porque, quando não se fala não é apenas a voz que se silencia, é a alma que se abafa. E se a alma se ressente então é porque o que está em causa são princípios, valores.

É a este nível que o silêncio pode ser comprometedor e sinónimo de paz podre, porque ausência de ética e de princípios.

Ser membro activo de uma sociedade não é entregar um cheque em branco aos políticos, aos chefes das empresas, aos professores ou mesmo aos pais, como se o facto de terem sido escolhidos ou ocuparem um determinado lugar lhes concedesse o poder de tudo decidir pelos outros.

Em democracia, o facto de, por exemplo, se poder escolher um presidente de governo ou de câmara, não significa que os cidadãos se demitam de dar opinião ou de reagir às suas decisões erradas. Seja através das organizações de trabalhadores, de associações, ou simplesmente como cidadãos conscientes, em democracia todos têm o direito e, sobretudo, o dever de estar atentos ao modo como os responsáveis pela governação, pela educação, ou por qualquer outra área de influência, se apropriam do poder que lhes foi concedido.

Se não concordamos, porque o que está em causa são princípios, então silenciar é demitir-se do dever de cidadania, ou seja, do dever de participar na vida da comunidade a que se pertence. E, demitir-se hoje, é comprometer o amanhã.

Em muitas áreas é cada vez mais usual chamar os cidadãos para que se pronunciem sobre políticas públicas: ouvem-se as famílias que são realojadas num programa de habitação social, os beneficiários que são objecto de uma medida de protecção social, os utentes que utilizam um serviço público, os consumidores que frequentam estabelecimentos comerciais. O “livro de reclamações”, presente em todos os estabelecimentos, é um dever de quem serve a comunidade e um direito que assiste a cada cidadão, para poder reagir ao que não concorda ou sugerir melhorias na prestação de serviços.

Mas, onde fica o livro de reclamações que permite registar opiniões contrárias a obras despropositadas que ofendem a história da comunidade, alteram o quotidiano e comprometem as referências dos seus habitantes? Perante “factos consumados”, muitas vezes, o cidadão acaba por calar a voz a que tem direito. Murmura pelos cantos um descontentamento, que o tempo acabará por diluir numa memória desvanecida, ou, por exemplo, preso no trânsito caótico de uma cidade esventrada, descarrega sobre o condutor da frente, a discórdia que não verbaliza publicamente.

Quem cala, consente que o futuro que terá amanhã não tenha nada a ver com aquele que sonha hoje.

Tens razão, mas “paciência”! É a vida!

(Publicado no Açoriano Oriental - 29 de Outubro 2007)

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