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SentirAilha

Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

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Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

Estar preparado para errar

Ninguém tem sucesso na vida, numa batalha política ou num percurso profissional, se não estiver preparado para errar. Quem julga que nunca falha ou quem, apesar da incapacidade de tudo fazer bem, é incapaz de o reconhecer, nunca vencerá desafios.

Vencer é ultrapassar obstáculos, gerir esforços, aliar-se a outros para pensar estratégias e não recear reconhecer quando se cometem erros ou não se escolhem as melhores soluções.

Vencer é não procurar atalhos para cortar caminho, mas fazer jogo limpo, seguindo etapas, medindo os riscos e nunca menorizando os erros, mas refletindo porque ocorreram.

Quem diz que nunca erra é porque faz sempre a mesma coisa ou da mesma maneira. E, fazendo sempre o mesmo, age de forma mecânica, quase automática, com frases feitas, conceitos vazios de conteúdo, pendurando-se no que dizem os outros por ser incapaz de pensar por si e de ter ideias inovadoras.

Estar preparado para errar é condição de partida para quem se lança à estrada e quer fazer caminho.
Significa que está preparado para corrigir, rever comportamentos, aceitar conselhos e reconsiderar posições.

Quem parte convencido que tudo fará na perfeição, que nada irá falhar, que tem todos os recursos necessários para chegar ao fim, sem penalizações, engana-se redondamente porque ignora as reações daqueles que lhe apontam fragilidades e comportamentos desadequados.

“Errar é humano” é uma frase feita que muitos utilizam como desculpa para as falhas que todos cometemos, seja na relação com os outros ou na execução de uma tarefa. “Errar é humano” mas, “aprender com os erros é divino”.

A vida não é uma sequência de acontecimentos perfeitos, mas uma perfeita sequência de acontecimentos mais ou menos imperfeitos. Porque não há perfeição se não na capacidade de encontrar sentido diante do que nos faz sofrer, do que nos obriga a recomeçar ou nos torna impotentes perante realidades que não podemos mudar, mas que nos ensinam a tudo relativizar. Porque é quando estamos dispostos a encontrar sentido, nas perdas, nas falhas e na morte, que descobrimos o segredo para vencer na vida.

Vencer nunca é conseguir tudo, nem se calhar errar menos, mas é certamente saber reconhecer os erros e aprender a fazer mais e melhor depois dos insucessos.

Estamos num tempo de perdas. Perdas de salário, de poder de compra, de emprego, de apoios sociais, de um sistema de saúde cada vez menos gratuito, de um sistema de segurança social com menos garantias de apoiar na reforma.

Depois dos indignados que se manifestaram na rua contra a falta de oportunidades dos jovens, hoje parecem existir um coro de desalentados. Da indignação ativa, passaram ao desalento, amorfo, doentio. Não basta indignar-se, é preciso muito mais. É preciso reconhecer que todos cometemos erros e, por isso, de nada serve apontar o dedo aos outros, se não usarmos as mãos na transformação do mundo.

Quem não assume os erros que comete acaba sempre por se justificar com os erros dos outros. Se não fosse ele! Se antes de mim tivessem! Se não fossem os governos anteriores! Limitamo-nos a gerir a herança que recebemos…!

Só há uma estratégia para vencer, é estar preparado para errar e fazer melhor, aprendendo com os erros.

(publicado no Açoriano Oriental a  23 Janeiro 2012)

A culpa é sua!

Perante um erro, uma falha ou até uma desgraça ou acidente, é quase certo que o primeiro pensamento é descobrir ou saber de quem é a culpa! Aponta-se à procura desse outro, o culpado, o causador do problema. Porque os erros, podendo ser um sinal de alerta para um mau funcionamento da vida, de uma organização ou até de uma relação, são sempre mal recebidos. Por isso, nada melhor do que crucificar alguém! Nem que seja injustamente!

Mas, olha não fui! Até podia ter sido, mas não fui.

Mas, se não foste tu, foi o teu pai ou o teu avô!

Para muitos, o  importante é que se encontre alguém em quem descarregar toda a responsabilidade.Quando, na realidade, nenhum erro é só o resultado de uma determinada pessoa, mesmo quando alguém é o principal responsável.

Um erro envolve sempre um sistema relacional que por uma razão falha... Falha a atenção, o tempo, mas também a coordenação, a prontidão do outro, da máquina ou das condições em que se encontram aqueles que interagem.

Quantas vezes os culpados assobiam para o ar, disfarçam e até relaxam se, entretanto, outro for acusado injustamente! Se o que querem é um culpado, que seja outro...

Assumir a culpa é uma virtude, a prova de maturidade que muitos não conseguem ter, porque sobem na vida, passando por cima de outros, fugindo entre os pingos da chuva, julgando sempre que nunca se vão molhar.

A culpa é sempre uma rasteira que a vida nos passa para pensarmos no que fazemos e como fazemos. Um bom motivo para parar e analisar o modo como se vive.

Piedade Lalanda

 

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