A culpa é sua!
Perante um erro, uma falha ou até uma desgraça ou acidente, é quase certo que o primeiro pensamento é descobrir ou saber de quem é a culpa! Aponta-se à procura desse outro, o culpado, o causador do problema. Porque os erros, podendo ser um sinal de alerta para um mau funcionamento da vida, de uma organização ou até de uma relação, são sempre mal recebidos. Por isso, nada melhor do que crucificar alguém! Nem que seja injustamente!
Mas, olha não fui! Até podia ter sido, mas não fui.
Mas, se não foste tu, foi o teu pai ou o teu avô!
Para muitos, o importante é que se encontre alguém em quem descarregar toda a responsabilidade.Quando, na realidade, nenhum erro é só o resultado de uma determinada pessoa, mesmo quando alguém é o principal responsável.
Um erro envolve sempre um sistema relacional que por uma razão falha... Falha a atenção, o tempo, mas também a coordenação, a prontidão do outro, da máquina ou das condições em que se encontram aqueles que interagem.
Quantas vezes os culpados assobiam para o ar, disfarçam e até relaxam se, entretanto, outro for acusado injustamente! Se o que querem é um culpado, que seja outro...
Assumir a culpa é uma virtude, a prova de maturidade que muitos não conseguem ter, porque sobem na vida, passando por cima de outros, fugindo entre os pingos da chuva, julgando sempre que nunca se vão molhar.
A culpa é sempre uma rasteira que a vida nos passa para pensarmos no que fazemos e como fazemos. Um bom motivo para parar e analisar o modo como se vive.
Piedade Lalanda