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SentirAilha

Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

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Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

Porque somos felizes?

O último relatório mundial de Felicidade de 2018, publicado pela ONU, no âmbito da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável, classifica a Finlândia, como o país mais feliz do mundo, seguida da Noruega, da Dinamarca e da Islândia. Portugal ocupa, neste ranking, uma posição muito pouco abonatória, o 77º lugar, num total de 156 países.

Países como a Líbia ou a Turquia, que vivem sob ameaças de guerra permanentes, estão melhor colocados do que Portugal. Aliás, à exceção da Grécia, nenhum outro país europeu surge abaixo da posição portuguesa.

Poderíamos julgar que os países melhor classificados são aqueles onde se registam os mais elevados rendimentos per capita. No entanto, segundo o jornal The Guardian, citado no Público (15 março 18), a Finlândia até tem um PIB per capita inferior ao dos países nórdicos vizinhos, mas revela uma enorme capacidade em transformar a riqueza monetária em bem-estar.

Além disso, o índice de Felicidade não se baseia apenas na questão económica, mas considera a esperança média de vida, a saúde, a assistência social, a liberdade, a confiança e a generosidade. E, ainda, a qualidade da governação, o índice de corrupção e a progressão social.

É da análise destas e outras dimensões, da vida em sociedade, que se baseia a percepção da Felicidade, para a qual também contribuem a gratuidade dos cuidados de saúde e o elevado nível de educação universitária, registados nos países do norte da Europa.

Quando não assumimos as nossas dificuldades é comum usarmos, como defesa, aqueles que estão em pior situação. Neste caso, poderíamos falar dos 99 países classificados abaixo de Portugal, particularmente os últimos, Sudão, República Centro-africana ou Burundi, onde dificilmente alguém pode se sentir feliz quando são violados os direitos humanos e o quotidiano é uma luta diária pela sobrevivência.

Olhemos antes para a realidade portuguesa, ou até mesmo açoriana, e analisemos alguns dos itens que estiveram na base da avaliação da Felicidade levada a cabo pela ONU.

Como responderíamos às questões: Considera-se satisfeito ou insatisfeito com a liberdade de escolher o que faz com a sua vida? Ajudou monetariamente alguém no último mês? Ou ainda, pensando no dia de ontem, até que ponto sentiu alegria, teve oportunidade para rir e ter prazer? Ou, pelo contrário, o que recorda desse dia são preocupações, sentimentos de tristeza ou raiva?

A felicidade também passa por aí, pela maneira como encaramos o quotidiano e agarramos os momentos, fazendo de cada experiência uma oportunidade, uma descoberta, um tempo para expressar sentimentos e afetos positivos.

A felicidade de um povo ou país, começa na felicidade de cada um, vivida diariamente e, também, na facilidade com que se obtêm cuidados de saúde, quando deles se necessita ou se acede à educação, sem contar os euros, para ver se podemos pagar os livros escolares.

Alguns dirão, mas o nível de vida e também de impostos é muito diferente na Finlândia quando comparado com Portugal. Na realidade, os finlandeses pagam muito mais impostos do que nós, mas consideram isso como um investimento com retorno positivo, ao nível da saúde, educação e proteção social.

A felicidade tem de ser partilhada. Não pode ser um privilégio de alguns, por ventura mais favorecidos de recursos financeiros, nem depende apenas dos governos e das políticas públicas.

Cada cidadão é corresponsável pelo seu bem-estar.

Seremos felizes na medida em que partilharmos o bem-estar com todos, seja o acesso à saúde, educação e proteção social, ou tão simplesmente, uma boa gargalhada e o prazer de estarmos juntos.

Ninguém é feliz sozinho!

(texto publicao no jornal Açoriano Oriental de 20 março 2018)

O segredo da felicidade

Quem não gostaria de descobrir essa fórmula secreta que faria da vida uma alquimia perfeita? Porque viver é enfrentar dificuldades, construir pontes e criar laços, apoiar quem nos rodeia e estender a mão, quando falham as forças e apetece desistir.

Se pudéssemos saber, em momentos de dor, a melhor forma de encarar as perdas e ser feliz apesar disso; se fossemos capazes de não recear os obstáculos e encontrar no esforço e no sofrimento a satisfação de ter conseguido se ultrapassar; se, apesar de termos vivido, continuássemos a ser aprendizes e a ficar felizes com a sabedoria dos outros. Então teríamos encontrado o segredo da felicidade.

Impossível, afirmam os mais cépticos. Como se pode ser feliz, perante a doença, a perda de capacidades, a dor ou as dificuldades?

Mas de que é feita essa felicidade que todos desejam e que, aparentemente, ninguém diz ter alcançado?

De ilusões de beleza, de saúde transitória, de gastos de dinheiro ou de relações de amizade ocasionais e fugazes que se alimentam de mensagens na internet ou de conversas sem conteúdo durante uma festa?

O que constrói a felicidade se não é a vida partilhada, mesmo nas horas mais difíceis; a história exemplar que se deixa por herança aos outros; o sorriso com que sempre se saúda as pessoas e a simpatia que se gera no coração de quem se cruza no caminho!

A felicidade não é dourada, não brilha como o ouro, nem se reduz a nada do que se possa acumular num armário ou numa carteira. Ela deixa marcas na vida das pessoas, é memória que se recorda, exemplo que se transmite, ensinamento que enraíza e transforma a vida de alguém.

Não se confunde com o prazer de ter, mas é sinónimo da alegria de ser. Amigo, presente, ouvinte, conselheiro, referência de pessoa que não se esquece. Exemplo de vida que toca os outros como uma brisa suave.

Os meus pais fizeram cinquenta e dois anos de casados. Não seria nada de extraordinário se não fora o facto de as suas vidas em comum serem para mim um exemplo de felicidade, uma referência de companheirismo e partilha, cujo segredo aos poucos vou descobrindo.

Sempre se aceitaram um ao outro como são; e juntos, sempre foram mais fortes, porque unidos, enfrentaram as dificuldades. Nunca cedem, quando está em causa o amor, nem nunca os vi desistir daquilo em que acreditam.

Há mais de cinquenta anos que dão as mãos como namorados, que se apoiam como amigos, que são um casal referência. São um exemplo de como a felicidade acontece, quando se ama todos os dias e se descobre que nunca somos donos da vida. Há sempre uma nova faceta, um pormenor que desconhecíamos no outro.

Nunca sabemos tudo, nunca podemos dizer que sabemos tudo de alguém. Porque, quando menos esperamos, na curva da vida, somos surpreendidos. E, renasce em nós, uma outra faceta desse amor que dá sentido à união, que se confunde com a força que nos torna felizes.

Quem sabe, talvez seja esse o segredo da felicidade!

 (publicado a 6 de Setembro 2010)

Ser parte da alegria

É bom saber que se pode ser parte da alegria dos outros.

Contribuir para a felicidade de alguém é um desafio que a todos se coloca. Sentir-se bem com a vida passa também pelo bem que aos outros se proporciona. Mas, nem sempre se tem consciência do quanto se pode fazer os outros felizes; do quanto uma palavra oportuna ou um pequeno gesto espontâneo podem afectar os que nos rodeiam.

Contribuir para a alegria dos outros é bom, sabe bem, porque constrói laços positivos e, como se costuma dizer, “ninguém é feliz sozinho”. Fazemos os outros felizes quando partilhamos sucessos, alegrias e o esforço que colocamos para atingir um objectivo.

Fazemos os outros felizes quando somos presença e atenção, quando eles mais precisam; somos resposta às dúvidas ou, simplesmente, somos ouvidos que escutam mágoas que não se resolvem, mas que a partilha alivia. É bom olhar para trás e recordar esses momentos e o olhar de espanto das pessoas alegres por nos verem crescer, felizes com o nosso próprio sucesso.

É bom ser parte da alegria dos outros, ser parte da felicidade e não do problema que aflige quem nos rodeia.

Mas, a vida nunca é um mar de rosas, tem sempre espinhos e, quase diria, ainda bem. Não lhe daríamos o devido valor se não acontecessem dificuldades. E viver com essas dificuldades é também assumir, olhando o percurso vivido, as decisões erradas, as palavras agressivas, o sofrimento causado aos outros. Quem afirma, “ninguém tem nada com a minha vida”, ignora que os percursos se cruzam, desde logo quando nascemos, quando fazemos amizades e descobrimos o amor. A vida de cada um liga-se à vida de outros, por fios transparentes de afectos que aproximam ou afastam, que suportam ou amarram. E é por essa teia que passam os sofrimentos e as alegrias, a força e o abandono, a coragem e o desespero. Reconhecer que se foi, ou que se pode ser, parte da alegria de alguém é reconhecer os laços que unem as pessoas e que as tornam felizes.

Para alguns ver os outros felizes parece uma utopia. Sofrem por verem um filho ou um amigo preso à droga ou ao álcool. Felizmente, há quem se liberte dessas dependências e recupere a felicidade, porque reconheceu que essa alienação era parte do sofrimento de alguém, mãe, esposa ou filho. Para se mudar de vida, é forçoso que se avalie o percurso vivido e se pare para reconhecer o que de menos bom se fez, se disse ou se mostrou aos outros. Só depois desse balanço, desfiados os momentos de maior sofrimento, tal como nos rituais de iniciação, se pode (re)começar de novo e, desta feita, passar a fazer parte da alegria dos outros.

Ser parte da felicidade dos outros é um desafio que se concretiza quando se vive com espírito de serviço no trabalho, no atendimento às pessoas, no rigor com que se executa cada tarefa, no bem que se faz aos outros; proporcionando uma boa aula, fabricando artigos de qualidade, prestando serviços profissionais ou simplesmente, vivendo cada dia da melhor forma.

A minha felicidade passa também pela felicidade que proporciono aos outros.

(publicado no Açoriano Oriental de 20 Outubro 2008)

Felicidade rima com fidelidade

Felicidade não rima com facilidade, com ligeireza e superficialidade.

Felicidade rima com fidelidade. A facilidade que abre portas e afasta as pedras do caminho, cria um sentimento ilusório de felicidade. Tudo parece ser favorável, não há dificuldades intransponíveis, nem percalços ou azares. É como andar nas nuvens. O sol brilha, o horizonte é claro e à volta todos parecem contentes com a vida. Ninguém é exigente e as forças parecem estar sempre adequadas ao esforço, criando a ilusão que é fácil e até divertido viver. Mas será que isso é ser verdadeiramente feliz? Onde mora a felicidade?

A facilidade é irmã da superficialidade. Tudo se pode tocar ou até provar sem ter de conhecer ou aceitar. Se não se gosta passa-se à frente, experimenta-se outro, ninguém se importa. Hoje com este ou com esta, amanhã com outro ou com outra! É fácil, ninguém se compromete, fica-se enquanto dura o prazer de estar, mas não se chega a sofrer porque ninguém se deixa cativar. Como diria a raposa do Pequeno Princepezinho: “Só compreendemos o que cativamos”. E para podermos cativar temos de perder tempo com quem cativamos, que a partir dessa altura passa a ser único ou única. “Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que cativaste” diria ainda a raposa. Tornas-te fiel, porque te sentes responsável.

A felicidade não nasce da liberdade de fazer o que apetece; não é um sentimento fugaz que se desfaz com o tempo. A felicidade depende dos laços que nos ligam ao mundo e transformam uma pessoa num companheiro de jornada.

A felicidade não se faz apenas de emoções fugazes que tão depressa chegam como partem, mas de amores fiéis que suportam dificuldades e dão força para as ultrapassar, que aguentam derrotas e ajudam nas vitórias. A felicidade não combina com facilidade e superficialidade, porque então seria fugaz, artificial e ilusória. Para ser verdadeira, a felicidade compreende e aceita o lado menos bom da vida; é realista, sólida, coesa e sempre que o sofrimento bate à porta, não desaparece, mas antes renasce da força dos laços que se estabelecem para ajudar a curar, que apoiam e fazem levantar.

A felicidade não combina com o isolamento ou o disfarce. “Não se fala nisso”, apregoam os falsos profetas da felicidade, “tristezas não pagam dívidas, vamos fazer de conta e bailar!” Esquecem que a felicidade não ignora o que faz doer, mas antes agarra as pessoas pelo seu lado positivo; traz esperança sem abafar as dificuldades; reanima sem deixar de considerar o sofrimento. Não é ilusão, é atenção. Não faz de conta, mas faz diferente. Alguns dirão que a palavra fidelidade tem uma conotação conservadora; é sinónimo de dependência, controlo e sujeição. Enquanto sinónimo de felicidade a fidelidade não é dependência que sujeita, mas é co-dependência, entreajuda e cooperação, compreensão e apoio, que não atrofia mas liberta, que não sujeita mas acolhe. Ao invés, a facilidade é uma falsa ligação, que rebenta à mínima divergência; é um cenário que cai, quando os actores deixarem cair a máscara ou desistirem de brincarem ao faz-de-conta.

O caminho da felicidade não é fácil, mas quem o percorre tem sempre uma história recheada de momentos marcantes que penetram e alimentam a alma, tem memórias que fazem sorrir e um presente que motiva a seguir em frente!

(publicado o Açoriano Oriental a 16 de Junho de 2008)

A felicidade é um treino da mente

Segundo palavras de um Dalai Lama, “a felicidade é um treino da mente e, para obter a verdadeira felicidade temos de sacrificar aquelas coisas que nos produzem um prazer momentâneo, para conseguir outras que nos proporcionem um estado de felicidade mais duradoiro” (cit. in Uma professora em Katmandu, de Vichy Sherpa).

É um treino da mente porque implica aprender a discernir, entre aquilo que apenas nos satisfaz num momento do que constrói um caminho para uma felicidade futura e saber escolher, entre um prazer imediato que se vê e se pode experimentar e um estado de felicidade que se alcança no futuro.

O prazer momentâneo é hoje uma bandeira publicitária que vende, entre muitos outros produtos, alimentos, programas de férias, sessões de massagens e tratamentos de beleza; a rapidez com que se obtêm resultados é a chave para se escolher um tratamento de redução de rugas ou de emagrecimento. O ideal é conseguir em quinze dias perder as marcas da idade que avança ou os quilos que se acumularam ao longo de meses de descontrolo alimentar.

Numa sociedade que vende a felicidade liofilizada, o princípio budista parece desajustado, apesar de conter uma verdade absoluta; não é possível construir a felicidade no futuro, se apenas se escolhem soluções de curta duração e a vida for um eterno efémero.

Para alguns, apostar no prazer imediato é ser moderno. No entanto, quando se opta pelo que é duradoiro não significa que se é conservador ou se quer manter a vida segundo um modelo quase inalterado, antes corresponde a uma busca do que estrutura a felicidade, das razões que mantêm as relações estáveis e dos princípios que enraízam os projectos em fundamentos sólidos. Tudo isso não invalida nem compromete as mudanças, entendidas como aperfeiçoamentos permanentes de um edifício sólido, estruturado e resistente. Dificilmente se pode mudar aquilo que é frágil e mal construído. Um edifício onde, durante a sua construção, se roubou no ferro e se reduziu ao mínimo a espessura do betão, acaba por ter de ser demolido quando se pretende reabilitá-lo. Só é possível reestruturar e renovar uma estrutura sólida e bem construída.

No mundo em que vivemos, tomado pela pressa de fazer e de consumir, tudo parece ter prazo de validade, desde os produtos do supermercado às relações pessoais. O “usa e deita fora” não se aplica apenas ao pano que agarra o pó, mas parece aplicar-se às relações humanas; diminuindo a capacidade de aceitar a perda de frescura, o efeito do tempo sobre a vida, a dificuldade de adaptação e os períodos de iniciação. O prazer imediato, a imagem por um dia, as aparências e o faz de conta, tornam-se mais importantes do que a felicidade duradoira, o envelhecimento, a autenticidade e a essência dos factos.

Numa sociedade onde se vende o imediato como uma novidade comercial é difícil acreditar que, prescindir de alguns prazeres momentâneos possa significar ou garantir um estado de felicidade duradoiro! Mas será que as pessoas querem ser felizes! O que significa, para cada um de nós, ser feliz?

(publicado no Açoriano Oriental)

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