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SentirAilha

Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

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Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

Deixar uma marca

Pode parecer que a vida de cada um de nós não vale grande coisa. Afinal, somos um ser humano no meio de tantos milhões, biliões de outros seres que habitam um mundo tão vasto que ninguém, até hoje, conseguiu conhecer na totalidade.

E então! Se nos compararmos com figuras intemporais, como Gandhi ou Luther King, a vida de cada um de nós parece uma insignificância, uma areia, uma ponta de alfinete perdida num mar de pontos.

Somos sempre muito pequeninos quando nos vemos perante o mundo, qual minúsculo ponto brilhante num universo imenso. Esquecemo-nos que essa luz pode ser essencial para aqueles que vivem ao nosso lado, ou com quem nos cruzamos todos os dias.

Para eles, podemos ser a única luz que alguma vez iluminou as suas vidas.

Sempre que se apaga esse brilho, não será o mundo que vai dar conta, há tantas outras luzes acesas! Mas serão aqueles que precisam do nosso apoio, que contam com a nossa presença e a nossa capacidade, que estão tristes ou doentes, que acreditam na incondicionalidade do nosso afeto, esses sim! vão sentir a nossa falta de presença.

Somos uma minúscula luz num universo de estrelas, mas podemos fazer a diferença no sítio onde estamos.

Quando sorrimos, de forma genuína, ou quando damos uma gargalhada franca e cristalina, sempre que somos capazes de dizer uma palavra sensata e amainar o pânico de alguém ou transformamos as emoções em poesia, é uma luz que se acende e brilha no escuro da nossa e na vida desse alguém.

Não temos de ser importantes, nem ficar com o nome gravado em nenhuma placa. Basta que alguém se sinta feliz por ter partilhado um momento connosco, e já valeu a pena.

Não precisamos de honras, nem grandes pompas, basta que tenhamos feito o bem a quem precisava, dando um testemunho de coragem e tenacidade, quando tantos outros baixavam os braços.

Cada um de nós, seja em que idade for, seja qual for a sua condição, pode deixar uma marca na vida de alguém.

Uma marca própria, indelével, escrita com afetos, que nunca se apaga. Não há corretor ou borracha que apague uma lição de vida, um gesto de perdão, um olhar de ternura, um ensinamento, uma palavra amiga. São marcas que ficam para sempre, algumas até sublinhadas ou escritas em tom carregado.

Deixar uma marca é viver a vida com sentido.

Haverá melhor contrapartida do que ouvir alguém dizer: tu marcaste a minha vida, pelas melhores razões!

Deixar uma marca na vida de alguém acende essa luz que torna o universo brilhante.

 

(texto lido no programa "Entre palavras" de Graça Moniz - 5 de Outubro - Rádio Atlantida)

Não deixe para amanhã...

… o que podes fazer hoje. Este é um ensinamento antigo que resume muitos dos actuais livros de auto-ajuda e que significa viver de forma organizada e eficaz.

Não temos todo o tempo do mundo, mesmo quando somos jovens e vemos o futuro como um depósito a prazo. A vida é sempre limitada e nenhum de nós lhe conhece o fundo.

Deixamos facturas por pagar ou tarefas com prazos por cumprir, porque acreditamos sempre naquele tempo extra, mesmo que isso signifique uma multa pelo atraso.

Desleixamos no quotidiano, acumulando livros por arrumar, roupa que é preciso remendar e que espera, há dias, atirada a um canto. Hoje não deu, mas amanhã, é de certeza!

Sempre que arrumamos, a mesa, a secretária, os brinquedos, depois de terminada uma tarefa ou actividade, evitamos a confusão. Mas não apetece! O conforto do sofá, o filme na televisão, o sono, as férias, tudo serve como desculpa. Logo, depois, talvez! Agora, não.

A semana parece voar, entre rotinas que se repetem e tarefas tidas por importantes, desperdiçamos horas, dias, sem saber como. Quando deito a cabeça no travesseiro e faço balanço, pergunto-me o que fiz hoje? Valeu a pena? Reconheço que não encontrei tempo para visitar um amigo hospitalizado ou ir dar um beijo aos meus pais e esqueci o aniversário de uma amiga, apesar do alerta gravado no telemóvel.

Porque desperdiçamos e adiamos se não somos donos do tempo?

Não temos todo o tempo do mundo. Na realidade, temos apenas o dia de hoje, a hora que passa, para sermos felizes e fazermos os outros felizes. Amanhã, pode ser tarde de mais. Não são apenas os prazos que se vencem. As oportunidades para amar também se perdem e quando menos esperamos, estamos sozinhos, esquecidos ou atulhados num mundo sem referências.

Não deixes para a amanhã o que podes fazer hoje

A vida é esse projecto temporário que nos é dado em forma de agenda. Apesar de inscrevermos tarefas com meses ou até anos de antecedência, na prática só temos hoje, o momento que passa, para viver da melhor maneira. Por ventura para deixar de fumar ou passar a comer de forma mais saudável; para apoiarmos quem precisa ou concluir aquele trabalho que pusemos de lado por ser difícil e complicado.

Hoje, agora, poderá ser o tempo certo para tomar uma decisão ou insistir na procura da solução de um problema que atormenta.  

Perdemo-nos em coisas sem importância, preocupamo-nos com insignificâncias, miudezas, quando devíamos valorizar as pessoas que nos rodeiam, investir nos afectos que dão qualidade às relações, rentabilizar as competências que possuímos ou aumentar o esforço, que sabemos necessário para a realização de uma tarefa.

Não deixes para a amanhã o amor que podes partilhar hoje, o perdão que há tanto tempo recusas dar a quem te ofendeu, a resposta que tens medo de revelar ou a iniciativa que receias tomar.

Não adies o que podes fazer ou dizer hoje, porque amanhã pode ser tarde demais. 

(publicado no Açoriano Oriental de 23 Agosto 2010)

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