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SentirAilha

Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

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Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

(Des)confinar

Estivemos, ou ainda estamos, em confinamento físico e, para muitos, psicológico e social.

Confinados ao espaço da casa ou de um quarto de hotel. Limitados, desterrados, enclausurados, é como estamos! E, se o verbo confinar significa definir um limite que confronta com outro, na situação presente, o confinamento representa um limite que nos separa dos outros.

Mas, agora que a pandemia parece ter sido controlada, urge (des)confinar, retirar as pessoas do isolamento forçado. É uma questão de saúde mental. O ser humano adapta-se, é um facto, mas também age em função de uma razão, um motivo, que até agora foi não ser contagiado ou não contagiar outros.

As notícias sobre o controlo da pandemia na Região Autónoma Açores são positivas, mas provocam um duplo efeito. Por um lado, de alívio, em relação à situação de emergência que se iniciou numa fatídica sexta-feira 13 (março). Por outro, atenuam as razões que levaram ao isolamento total.  Claro que isso não significa o abandono das boas práticas preventivas, como a higiene das mãos e dos espaços, o uso de máscaras e o distanciamento em espaços públicos. Esta nova forma de estar vai fazer parte do nosso quotidiano, durante alguns meses. Disso não tenhamos dúvidas.

Vamos ter de conviver com a presença do Covid19, porque ele não se foi embora e a vacina está longe de ser uma realidade.

Como desconfinar? A que ritmo devemos voltar para esse “novo normal”?

Por ventura, foi mais fácil fechar tudo e todos, do que agora abrir ou reabrir comércios, serviços; voltar a fazer jantares de família ou conversar com os amigos num serão de sexta-feira. Mas é preciso! Pela nossa saúde mental.

Muito se tem dito a propósito do binómio Saúde-Economia.

E talvez nesse domínio, muitas mudanças serão necessárias. Será que não pusemos demasiados ovos debaixo da galinha do turismo, levados pelo sucesso do alojamento local, das rent-a-car ou dos negócios de esquina, subsidiados?

Como é que, agora, vamos recuperar a dinâmica criada no setor do turismo? A região tem publicitado que os “AZORES IS TAKING A BREAK” (Os Açores estão em pausa). Até quando? Até existir uma vacina? E como se irá vender um destino que, entretanto, obriga o turista a pagar 14 dias de isolamento num hotel, logo que chegue à Região, sabendo-se que a média das estadias nos Açores é de 5 dias? Não seria mais ajuizado, testar esse visitante à chegada?

E o que acontece aos filhos dos residentes, que tendo perdido a residência fiscal na Região, pretendem visitar a família, seja por que motivo for? Também vão pagar 14 dias de quarentena num hotel, quando há açorianos em “vigilância ativa” nos seus domicílios?

Dizem-nos que é preciso estar preparado para um eventual novo surto Covid. Mas a incerteza não pode destruir a capacidade colaborativa dos cidadãos, que anseiam por regressar ao “novo normal”, dispostos a usar máscaras e a desinfetar as mãos.

Todos temos de participar nesta luta e, para isso, não basta aceitar, mas crer nos motivos que justificam as exigências impostas pelas autoridades sanitárias, sob pena de estas não serem cumpridas, comprometendo o esforço, que fizemos até agora.

É preciso (des)confinar, para que se atravessem as pontes da comunicação, se reforce a solidariedade com os que mais perderam e se possa apoiar, efetivamente, os mais velhos, os mais frágeis, não apenas com bens, mas com palavras e gestos de ternura.

(texto publicado no jornal Açoriano Oriental de 13 maio 2020)

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