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Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

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Viva! Este é um espaço de encontro, interconhecimento e partilha. Sentir a ilha que cada um é, no mar de liberdade que todos une e separa... Piedade Lalanda

Era uma vez...

Assim começa a maioria das histórias infantis! Era uma vez um príncipe, que vivia num grande palácio! Uma pastora, que guardava rebanhos!

Quase todas as histórias para crianças narram situações fantasiadas mas, por serem transmitidas de geração em geração, ganham um lugar de referencia no imaginário coletivo: a Branca de Neve, a Cinderela ou o João Ratão, são figuras que fazem parte desse imaginário, partilhado por crianças e adultos.

Não são apenas personagens que ganham vida no Carnaval, há mensagens e valores em cada uma das histórias, de onde são retiradas. Algumas narrativas reforçam valores de submissão e obediência, outras destacam a coragem e a bravura, outras, ainda, são verdadeiros ensinamentos sobre prevenção e atenção aos burlões e aos riscos que todos os dias corremos.

Sem dúvida que existe um substrato cristão em muitas dessas fábulas. Mas, também são verdadeiras lições sobre direitos humanos e valores éticos que, sendo de raiz cristã, estruturam a nossa a cidadania atual e enformam a cultura em que vivemos.

Veja-se o exemplo da frase, sobejamente utilizada, do "lobo que veste a pele de cordeiro". Esta frase, inspirada no evangelho de Mateus, «Cuidado com os falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores» (Mateus 7:15), deveria ser repetida mil vezes, nestes dias que faltam até às eleições do próximo presidente do Brasil. Ainda há brasileiros que não veem o "lobo" debaixo da "pele de cordeiro" do discurso do candidato Jair Bolsonaro. Vivem na ilusão que o futuro não será homofóbico, xenófobo, racista e misógino, atitudes já manifestadas por este candidato, em outras ocasiões.

Mas voltemos ao papel das histórias infantis, cuja função está muito para além do entretenimento das crianças. Contadas pelos pais, na hora de adormecer ou em contraponto aos jogos virtuais que as isolam do convívio familiar, podem ser verdadeiros momentos de aprendizagem de valores.

Cada história infantil, particularmente aquelas que nos ensinaram quando éramos pequenos, serve para questionar atitudes e comportamentos, descobrir valores ou contestar falsas moralidades.

As histórias tradicionais são um importante meio de comunicação entre adultos e crianças e não deveriam ser esquecidas, por vivermos no tempo dos "tablets" ou dos canais de televisão especializados.

Retomando a história do "lobo com pele de cordeiro", ao contar como o lobo se infiltrou no rebanho, fazendo-se passar por cordeiro, os pais tem a oportunidade de ensinar o que é a confiança, a integridade e a honestidade. O lobo tinha outra intensão, que escondeu para enganar o pastor. E esta procura da verdade, do que cada um de nós quer ser perante os outros, é um exercício fundamental para a formação cívica das novas gerações.

A educação é um processo complexo de aprendizagens que interliga os mundos familiar e escolar, os modelos parentais e tantas outras referencias. Mas, no essencial, a criança vai descobrindo as traves mestras do ser humano, também nas histórias, tantas vezes recontadas pelo pai ou pela mãe, ou até pelos avós, aconchegados no sofá da sala ou sentados na beira da cama.

Era uma vez...

 (texto publicado no jornal Açoriano Oriental de 16 de outubro 2018)

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